O Inexorável Caminho da Comunicação às Plataformas Digitais
Um convite ao Mundo Novo da Comunicação
Por: Luis Vicente Bella Furquim
Esta semana vem terminando, já que hoje é domingo, com alguns fatos interessantes de irrassividade rumo ao atual, ao moderno e ao inevitável: a forma de comunicação mudou!
A sociedade vem passando ao longo de sua existência por fases de mudança na forma de se comunicar que acabaram por mudar a própria forma do Ser Humano se relacionar. E como sempre, não á possível negarmos as formas mais atuais de comunicação entre as pessoas. – É verdade e legítimo que questionemos o uso de tais formas, afinal nada nasce pronto, sempre será necessário a lapidação do novo, e os questionamentos e adaptações de meios e usos que vem acontecendo acabam por moldar a forma de uso de tais meios de comunicação.
Deve ter sido assim quando o Homem pré-histórico deixou de se expressar através de gravuras rupestres e passou a se comunicar através de textos. Da mesma forma, deve ter havido um agito social quando Gutenberg lançou a tipografia e os textos antes limitados a uma única cópia escrita, passaram a ter a capilaridade da informação, através da impressão de várias cópias dos mesmos artigos e livros.
Mais recentemente, durante o século XX, começou um processo de transferência da informação do papel impresso para as ondas de rádio, na primeira metade do século e depois para os sinais de TV, quando as informações passaram a ter sua maior pulverização em toda a história da humanidade. – até aquele momento, em que os meios de interação digital, ainda não haviam se difundido. Coisas que viemos a conviver já no século XXI.
Pois bem. Com este posicionamento histórico, volto aos fatos que marcaram minha semana de outubro/2014.
1) Ao buscar de um cliente para o qual vinha fazendo o gerenciamento de mídias digitais, em destaque na plataforma do Facebook, recebi uma surpreendente resposta de que a interação através desta plataforma deveria acontecer por parte de profissionais que faziam parte do time interno da empresa, já que em uma das campanhas postadas, a empresa havia recebido críticas em relação a qualidade de seus serviços.
2) Lendo a edição de sábado, 11/outubro, do O Estado de São Paulo, me deparei com duas matérias, que embora discorressem sobre assuntos diferentes, tinham no seu bojo a mesma crítica, a migração da comunicação para mídias mais modernas. E olhe que em um dos casos, nem era tão moderna assim!
a. No editorial “ O Horário Eleitoral e a Natureza da Política” o Sr. Oliveiros S. Ferreira, discorre saudosamente sobre os atos públicos que os candidatos da primeira metade do século passado organizavam na Praça Roosevelt em São Paulo. Momentos nos quais a população da então capital paulista com 2 milhões de habitantes se reuniam para ouvir as propostas de seus candidatos aos cargos eletivos. E no artigo Sr. Oliveiros, questiona a existência em pleno ano de 2014 do Horário Político Obrigatório.
b. Já no Caderno 2 da mesma edição li o artigo “Batalha na Web” na qual o jornalista Ubiratan Brasil, relata reclamações por parte de importantes editores de livros, sobre a dita “pirataria na internet”, sobre a qual discorrem vários argumentos e números sobre seus prejuízos com os downloads feitos na rede sem o pagamento dos royaltes ou direitos sobra a obra a seus autores.
Muito bem! A Conclusão que chego ao reunir os três fatos é que a sociedade continua resiliente diante das novas formas de comunicação, através da interatividade entre a origem da informação e seu “consumidor”.
No primeiro case o empresário claramente passou a informação de que não estava preparado para interagir com seu público alvo. Utilizando-se ainda de mídias convencionais, que tem como característica básica o caminho de mão única da informação. Não percebendo que as plataformas digitais abriram uma nova fase na comunicação corporativa, onde a interação entre o cliente e a empresa é uma realidade e que não pode ser deixada de lado. – Não que o consumidor não tivesse opinião antes. Até tinha. Mas a manifestava baseada sobre duas realidades hoje antiquadas, o menor nível de competição empresarial, diante da menor oportunidade de ofertas e de que a interação empresa-público alvo NÃO gera venda. Só que a cada dia mais, o relacionamento de duas mãos empresa-cliente, faz a oferta sair do “Oceano vermelho” como discorrem W. Chan Kim e Renée Mauborgne no livro “A Estratégia do Oceano Azul”. – A empresa que não souber defender os benefícios de seus serviços e produtos a seus clientes, corre o risco de perder fatia importante do share em seu mercado.
Já no case sobre o horário político no rádio e TV, que ainda impera no Brasil, o processo eleitoral de 2014 definitivamente colocou uma pá de cal em sua eficácia eleitoral. – Com o advento das TVs por assinatura, nos quais boa para dos canais são passíveis de serem gravados ou estão livres desta regra antiquada das eleições brasileiras, os profissionais de marketing dos principais candidatos a presidente mostraram a nova cara da publicidade, utilizando o conteúdo gerado por fatos e atos, pulverizados pelos meios de informação das mais variadas plataformas e mídias, levarando as mensagens de seus candidatos na hora certa com o conteúdo oportuno utilizando suas assessorias de imprensa como agentes da informação. – para quem não visualizou a que estou me referindo, basta relembrar as declarações que os candidatos davam a cada dia. Quando queriam falar sobre a indústria, faziam um visita a um pólo industrial, e de lá mandavam sua mensagem, retransmitida em formato de notícia por todos os meios de comunicação. E assim era para se falar dos programas e projetos relativos a agricultura, transportes urbanos, inflação, cultura , entre outros que compunham o escopo eleitoral.
No terceiro fato, que marcou minha semana mercadológica, quero ressaltar a falta de oportunidades a que o setor editorial vem passando. Por culpa daqueles que fazem downloads de livros sem nada pagar? – Não. Por culpa dos próprios editores que estão vendo seus lucros diminuírem ao perceber que a interação entre o produtor da obra literária e seu leitor está acontecendo diretamente, sem a necessidade de sua intermediação. E não estão encontrando novo posicionamento para seu business. E sem a criatividade para buscar novas oportunidades, diante das novas formas de troca de informação, ficam recitando em lamúrias, números de prejuízo que tiveram, sem lembrar de outros profissionais que tiveram a coragem de embarcar nas novidades e que, por sua vez estão fazendo milhões em faturamento.
Sabe qual a conclusão para este artigo e seus três cases?
– é inevitável que o Mundo se modifique. Tornando inevitável que os profissionais de marketing e comunicação, assim como eu, possam entender e usar as novas mídias, a interação e a pró-atividade como formas de comunicação. Afinal consumidores, como eu na faixa dos 40 anos, aliás mais para 50 do que para 40, diga-se a verdade, estamos sendo substituídos por consumidores da geração Índigo, para os quais o caminho de ida e volta faz parte de sua essência.
Bem vindo ao mundo novo.